Sob tudo.
Desconectar-se do mundo requer muita auto-confiança, além de muita coragem você precisa ter muitos motivos, e eu os tenho. Generalizei com o "do mundo", posso reduzir isso a "desconectar-se de si". E concordo com os poetas, pensadores, filósofos e tudo o que eles falam sobre verdade, concepções, dores, ódio, amor (que mesmo citado por último ainda é clichê). Mas viver demais não dói, negar-se a felicidade batendo em sua porta ou simplismente substituí-la por algo melhor e que lhe cabe sem apertos. Não reneguei origens, não desisti das flores, da primavera, da brisa das 17 hrs, isso seria impossível. Mas entenda, eu tenho um coração apertadinho demais, aprendi a me doar tarde mas me doei até onde não pude mais, e sempre levantava depois das quedas fazendo aquela cara de quem não tinha sentido dor mas na verdade morria de vontade de chorar. Odeio as possíveis datas comemorativas, sorrisos vindos de longe e olhares despercebidos. Tive um Natal ótimo, desisti de uma mesa farta arrodiada de pessoas felizes por um dia 24 de dezembro que é um qualquer como todos os outros dia do ano. Com os pés lavados fiz meu ritual de todas as noites, liguei o aparelho de som e sozinha em casa fui dormir. O melhor Natal da minha vida. Hoje pela manhã assustada com o barulho ainda alto levantei correndo e percebi que faziam oito horas que tocava a mesma música. Eu me sinto livre pra levantar daqui agora e ir correndo até a casa da minha garota, gritar em frente ao seu portão que eu a amo e depois morrer afogada com um balde d'água jogado da janela. Me sinto livre pra continuar a escrever o livro sobre a mudança repentina na minha vida, sobre eles (meus), sobre as idas, sobre as futuras voltas. Queria ter a certeza de que não vão me deixar no meio da estrada, sentada nesse meio fio do que eu vou ser conflitando com o que eu fui (ou tentei). E eu estou tentando... ainda. Tentando fazer com que eu possa ser feliz de uma maneira possível.
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