21 abril, 2010

Pra ele e os quinhentos dias.

Eu queria ter te falado tudo o que iria acontecer, mesmo sabendo que você já estava ciente eu queria ter ido lá, e logo depois você ouviu, depois do primeiro beijo e no dia da primeira transa. Eu queria ter te alertado da forma que eu gostaria que tivessem feito comigo, com a mesma pressa e vontade, com o mesmo fôlego. Eu tinha fôlego pra te contar as urgências que ela tinha, ela e a vida, e você mais ainda.
Tudo bem, já cansei de saber que nós ficamos cegos diante de olhos como aqueles, de sorriso como aquele, de cabelos como aquele, e fatos, quase emergências nossas que médico nenhum seria capaz de diagnosticar, muito menos medicar. Amor não tem remédio, nem cura, muito menos sentido e orifício. Lhe entopem de algo até então impossível de ser tocado com mãos firmes, algo que tem todas as cores e todos os sabores, de primeira parece aquelas gelatinas que grudam na parede, não permanecem com facilidade entre os dedos. É quase isso, quase uma gelatina, mas você não sabia que doía, e doía muito não conseguir entender o porque daquilo não te pertencer por completo. Era mais fácil vê-la brilhar grudada na parede, e com isso
você percebeu depois que tudo fora de suas mãos era mais bonito e parecia mais seguro.
A aliança no dedo dela não era presente seu, o sorriso, o olhar e os cabelos dela já não lhe agradavam como antes, eles pertenciam agora a outros olhos mais atentos, olhos os quais agora ela olhava. E de repente você passou por ela com a mesma intensidade que a fazia imortal nos seus pensamentos.
Você se foi de todas as formas que ninguém conseguiu contar. E ela ficou, eternizou-se dentro de você durante aquela estação.

20 abril, 2010

É minha essa varanda!


Me espere, espera que daqui a pouco eu tô chegando!

Já mudei bastante desde a última vez que pisei em ti, mudei muito, mas foi internamente, você perceberá pelo tipo de música que eu passarei a ouvir. Lembra da minha garota? Pra quem eu ligava na sua presença, toda tarde, noite, dia. Pois é, voltarei com ela, minha amiga. Minha amiga. E sabe, eu ganhei mais do que ninguém nessa etapa.
Vou me despedir, levarei um pedaço seu comigo. O pedaço que falta em mim, pois não sou feita de pedaços e sim da falta deles. Logo eu acho uns alguéns que me preenchem.

16 abril, 2010

É daquele poço de qualidades e defeitos que são retiradas as pessoas, únicas em atos, gestos, alfinetadas aos montes, alfinetando mais ainda. Nossa utilidade é vender um produto que ao longo do tempo ainda é produzido. Não ligavam se ele ou ela tinham coração, a etiqueta levemente esticada pra fora da roupa gritava todas as respostas que alguns queriam ouvir. Amor, amor. De uns tempos pra cá essa moda voltou, vintage!
Será que impuro é aquele que olha por dentro? Pena de mim que reviro tudo, internamente. Mas já ia dizer que cada um tem o defeito que merece, afinal, sem eles não há perfeição.
Desconfio que durante a vida a gente morre mais do que vive. Pondo as vírgulas e pontos nos lugares certos eu tomei a liberdade de reler uma outra história na mesma folha. A divisão está clara de como eu era e no que me tornei. Não sei quem culpar, não pretendo me defender ou julgar tempo, medida, forma e cor.
Nós temos um poder muito grande de mudar de acordo com o mundo, com as pessoas, de acordo com o nosso corpo, com a estação. As mudanças de todas as formas são pontos positivos, são fatos concretos digeridos não tão facilmente quando não se tem os poros abertos à novos mundos. Por enquanto sempre queremos mais do que temos, ou só o que ainda não temos.
Experimente viver um grande amor e o término dele, aí talvez você saiba como é amadurecer inconscientemente.

09 abril, 2010

Lual sem fogueira

Numa noite de nós
um fantasma aparece numa bros
com laternas ao invés de faróis
e é audível um grito sem voz

rodinha em meio de uma praia deserta
conversas de braços, bocas e pernas
escuridão, um fantasma, segurança incerta
e o medo escondido numa risada discreta

o inverno escondido no verão predominante (pode ser outono, não sabemos)
predeterminadas partidas de amizades constantes
mas também sabemos eternizar os instantes, distantes
amizades essas quase sempre viadantes

digno veraniar, com amigos, em outra estação
vai sempre, quase sempre parecer verão
verão, com lual sem fogueira: escuridão
felicidade instantânea batida com gelo e limão.

Je & My.

Do doce ao ácido

Uma dúzia de palavras se escondem diante dos gestos
Olhar confortador é como cama para os que não tem sono
A saudade é o único lamento possível
Amor e amar

Onde encontro respiração me vejo viva
Face a face, lágrimas nos dedos
E a alegria se faz da tristeza, jogada ao chão
E é como fogo, queimando de dentro pra fora de uma só vez

Esses dedos que um dia vagaram leves e doces
E dedos esses que após amor trouxeram mais amor
E o amor tem uma pitada ácida, forte e letal
A boca cala, absorve tudo, tanto faz, vieram do meu ponto fraco

Tanto ouço como sinto
Sinto mais do que vivo
E me jogo sem pensar no colo do infinito
O amor eu senti ao ser tocada na face, movimentando diretamente o coração.

"o amor eu sinto só em te... ver!"