21 abril, 2010

Pra ele e os quinhentos dias.

Eu queria ter te falado tudo o que iria acontecer, mesmo sabendo que você já estava ciente eu queria ter ido lá, e logo depois você ouviu, depois do primeiro beijo e no dia da primeira transa. Eu queria ter te alertado da forma que eu gostaria que tivessem feito comigo, com a mesma pressa e vontade, com o mesmo fôlego. Eu tinha fôlego pra te contar as urgências que ela tinha, ela e a vida, e você mais ainda.
Tudo bem, já cansei de saber que nós ficamos cegos diante de olhos como aqueles, de sorriso como aquele, de cabelos como aquele, e fatos, quase emergências nossas que médico nenhum seria capaz de diagnosticar, muito menos medicar. Amor não tem remédio, nem cura, muito menos sentido e orifício. Lhe entopem de algo até então impossível de ser tocado com mãos firmes, algo que tem todas as cores e todos os sabores, de primeira parece aquelas gelatinas que grudam na parede, não permanecem com facilidade entre os dedos. É quase isso, quase uma gelatina, mas você não sabia que doía, e doía muito não conseguir entender o porque daquilo não te pertencer por completo. Era mais fácil vê-la brilhar grudada na parede, e com isso
você percebeu depois que tudo fora de suas mãos era mais bonito e parecia mais seguro.
A aliança no dedo dela não era presente seu, o sorriso, o olhar e os cabelos dela já não lhe agradavam como antes, eles pertenciam agora a outros olhos mais atentos, olhos os quais agora ela olhava. E de repente você passou por ela com a mesma intensidade que a fazia imortal nos seus pensamentos.
Você se foi de todas as formas que ninguém conseguiu contar. E ela ficou, eternizou-se dentro de você durante aquela estação.

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