15 dezembro, 2010

Mais um cansaço

Quando acordo sem voz eu grito aqui, ou numa folha em branco, até parede serve. Mesmo sem motivos carrego essa vontade incessante de gritar, para mostrar que estou aqui e meu sangue ainda é quente apesar das temperaturas negativas e das pessoas frias que insistem em confundir minhas cores. Gritar pelas coisas que acontecem sem avisar, pelo tempo que vez em quando parece parar e quando eu me distraio o relógio já cansou de dar voltas, e me perco assim.
Pela incerteza do amanhã, pra garantir meu hoje, estou gritando o bem por aí! Pelos dias quietos, pelo sol que quase não aparece, pelos banhos quentes e pelas mãos frias, eu grito! Pelo amor que ainda encontrarei, por quem irá abrir essa porta daqui a pouco e me abraçar, pela minha irmã e nossas conversas telepáticas. Para os que eu quero um bem enorme, estou gritando! Me desejando cada vez mais voz, e mesmo que ela não venha, nunca faltarão palavras.

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