Quando acordo sem voz eu grito aqui, ou numa folha em branco, até parede serve. Mesmo sem motivos carrego essa vontade incessante de gritar, para mostrar que estou aqui e meu sangue ainda é quente apesar das temperaturas negativas e das pessoas frias que insistem em confundir minhas cores. Gritar pelas coisas que acontecem sem avisar, pelo tempo que vez em quando parece parar e quando eu me distraio o relógio já cansou de dar voltas, e me perco assim.
Pela incerteza do amanhã, pra garantir meu hoje, estou gritando o bem por aí! Pelos dias quietos, pelo sol que quase não aparece, pelos banhos quentes e pelas mãos frias, eu grito! Pelo amor que ainda encontrarei, por quem irá abrir essa porta daqui a pouco e me abraçar, pela minha irmã e nossas conversas telepáticas. Para os que eu quero um bem enorme, estou gritando! Me desejando cada vez mais voz, e mesmo que ela não venha, nunca faltarão palavras.
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