30 maio, 2010

Bryn


Após tantos filmes e livros, poesias, músicas e outras formas que eu encontrei de falar, não falar, quase falar e gritar, silenciei sete minutos a mais do que me é de costume. Uns sete minutos meio salgados e cheios de pausas aflitas, eu quase podia adorar a sensação de não precisar sonhar tão esperançosamente e... Assim como chegou escapou das minhas mãos em uma frase. Agora saio de casa com a mochila vazia e estranhamente ela pesa mais assim do que cheia daqueles meus planos embrulhados em guardanapos. Passando das quatro rodas do carro, do meu vidro no lado direito do banco de trás, das fotos que ultrapassam espelhos e passando inclusive da minha única visão de pós-mundo. Carreguei uma culpa tão grande que após desvendada virou só saudade, a pior e melhor de todas, em 1,2,3...
Debaixo de mil peles, em mim, naquele velho que eu vi na rua andando de bicicleta, ele e suas sobrancelhas horríveis. Após o trabalho, depois de dois dias seguidos de fumaça sem fogo, cansado assim como eu de algo que ele também não sabia, mas envolvia frio. Não quero contar os minutos pra não me desesperar muito, não aguentaria saber quantos milhões deles eu precisaria para matar uma única vontade, e nem era tão grande assim, só maior do que eu. Então... Me permito não ter que saber tanto assim de mim, às vezes soa previsível pra mim mesma, até nas vírgulas em excesso. E enquanto esse cidade for iluminada eu escreverei
sobre ela. Agora sou daqui, mudar não é um plano. Guarda-chuva e vinho debaixo do braço, câmera nova nas mãos, sorriso antigo, cabelo desbotado e um nariz novinho em folha, eu nasci! "Dá minha jaqueta, boy..." Finquei os pés em cimento fresco.

Um comentário:

  1. e saiba: você está no melhor lugar para viver. E o que te resta? Aproveita, besta! Ser feliz não é proibido.

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