02 dezembro, 2009

Verniz


Após um breve descanso totalmente merecido
Eis que chega o momento de espera
Uma hora se passara
Tormentos breves e nada lúcidos
O coração parecia pulsar fervorozamente
Do lado de fora do pescoço
Eu podia sentir os batimentos
Quase invadindo o campo de visão
Demasiados passos e cores
Algo que parecia se dissolver
Na minha frente
Logo a ponto de colidir
E logo também desaparecia

Movimentos longos e quase infindos
Barulhos infernais capazes de me levar á loucura em poucos segundos
Os olhos capturando cada detalhe de cada átomo
O eu-por fora
Extremamente perdido
Externamente inibido
Supondo o futuro tão lindo

O céu era uma mistura de cores suaves
Brisa das 17 hrs
Eu lembro...
Ou lembrei depois quando me situei
Mas ainda nem situei
Cambaleando em linha reta
Sorrindo o verniz nas narinas
Grande céu em fumaça

Aqui no peito os pés na dança
Parados em nós
Sossegados sonolentos
As cabeças que giram nos panos em fita
No chão...
Na mão...
Meu tão...
Não são!

As palavras fogem
Decodifico em traços falhos
Ainda sim tenho os dedos marcados
Da minha boca
Felicidade
Os olhos que se encontraram
Trajeto de início e fim

A lucidez volta a relatar.

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