15 dezembro, 2010

Mais um cansaço

Quando acordo sem voz eu grito aqui, ou numa folha em branco, até parede serve. Mesmo sem motivos carrego essa vontade incessante de gritar, para mostrar que estou aqui e meu sangue ainda é quente apesar das temperaturas negativas e das pessoas frias que insistem em confundir minhas cores. Gritar pelas coisas que acontecem sem avisar, pelo tempo que vez em quando parece parar e quando eu me distraio o relógio já cansou de dar voltas, e me perco assim.
Pela incerteza do amanhã, pra garantir meu hoje, estou gritando o bem por aí! Pelos dias quietos, pelo sol que quase não aparece, pelos banhos quentes e pelas mãos frias, eu grito! Pelo amor que ainda encontrarei, por quem irá abrir essa porta daqui a pouco e me abraçar, pela minha irmã e nossas conversas telepáticas. Para os que eu quero um bem enorme, estou gritando! Me desejando cada vez mais voz, e mesmo que ela não venha, nunca faltarão palavras.

01 dezembro, 2010

Silêncio

Não sei até que ponto pode chegar uma pessoa que sofre de carência; desse tipo que parece doença. Não consigo mais expor aqui aqueles velhos suspiros apaixonados ou saudosos, com felicidade ou não, falando dos novos e antigos amores. Fui apagando junto com o inverno, e só preciso dizer que isso não é tão bonito quanto nas fotografias.
"Você está calada até para a escrita."
Ao ler isso não precisei mais me descrever, era a citação correta para o meu estado de espírito, e certamente é o que está acontecendo agora. Me peço perdão por não poder fazer das palavras aquela melodia boa de ouvir, ou de decorar. Talvez o meu verão esteja próximo.

Aprenda a nadar

Não se aprende muita coisa com o passar do tempo, apenas caímos em novos poços.
"Tinha desejos violentos, pequenas gulas, urgências perigosas, enternecimentos melados, ódios virulentos, tesões insaciáveis. Ouvia canções lamentosas, bebia para despertar fantasmas distraídos, relia ou escrevia cartas apaixonadas, transbordantes de rosas e abismos."