29 outubro, 2009
Ah, Florence
Não sei, quando ouço essa música parece que tudo vai explodir, quando imagino o violino indo e vindo nas mãos dele, os cabelos ruivos de Florence dançando sobre a cortina, vestidos armados com direito a punhos esticados na leveza do vento, nas paredes acobreadas, nos tímpanos do jovem orfão sentado na primeira cadeira que não entende porcaria nenhuma de música e acha divertido os tambores ao encontro das mãos, como se fosse mais uma manisfestação fora de época em Salvador. Essa talvez seja uma das melodias mais bonitas que já ouvi, pelo menos é a que me dá mais vontade de sair anunciando meu espetáculo, armar um palco na rua e gritar minha vontade de fugir, chamar a minha platéia :
O SHOW COMEÇOU!
Ah, essa vontade que tenho, não nasci pra mim, não sou de ninguém, o mundo me tem e eu tenho a mim, tenho essa vontade de tudo ter e nada poder e continuo me tendo, e isso basta. Já fui de muitos em muitos tempos, e os tempos são outros. Ah, esse amor cósmico, Florence, eu continuo no meu mundo intatco, mais do que nunca meu. Nasci pro mundo, pro amor, pra dor, e me faço tudo. Sou tudo.
... E sou o pássaro por entre os dedos.
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