14 setembro, 2009

(Relatando sonhos de ontem...)

Lembro de folhas no chão, um banco cor de cobre
como se estivesse enferrujando de tantas lembranças e ventos.
O céu era cinza, havia uma árvore feita apenas de galhos,
que balançavam no mesmo ritmo...
Espalhando cheiro de chuva e calçada molhada.
Após vinte minutos de silêncio e surdez vieram as palavras...

- Engraçado...
- O quê?
- Eu nunca soube a cor dos seus cabelos,
uma hora eles me parecem claros,
refletem a luz do sol num tom castanho, mas depois,
na sombra da árvore ele permanece preto,
como num túnel onde não se enxerga o fim.
- É, acho que você é a primeira pessoa que releva
seu tempo para perceber
que meu cabelo muda de cor de acordo com a luz.
Mas tens razão, cada tonalidade representa uma mudança interna
que eu precisava expor de alguma maneira,
são meus momentos e..
Precisava registrá-los para que todos pudessem ver.
- Eu sei, percebi isso
apesar de não ter acompanhado alguma fases..
Percebo agora o resultado de todas essas mudanças,
é assim que nós ficamos por dentro também?
Seus cabelos hoje estão secos, as cores de seu passado estão desbotando,
ou voltando e.. Me perco em cada cor,
não consigo distinguir o que é você real.
- Mas é justamente isso que quero fazer, confudir-te,
como faço comigo mesma,
mudando as cores para que fiquem no padrão desigualmente exposto,
de dentro para fora.
- (Silêncio...)

O fim...
As árvores ainda se moviam no mesmo ritmo,
o cheiro voltou, o céu ainda cinza, mais vinte minutos de
silêncio e olhares e..
Bem, eu acordei!

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