21 setembro, 2009

Segundos

Poderia não aterrisar.
Perto das nuvens, conversando com os pássaros,
admirando a cicatriz no céu, o sol descansando...
Cobrindo, fugindo.
O ar, a companhia, os pés livres,
a minha liberdade de minutos.
Lá em cima, onde tudo é esquecido.
Silêncio. Calma, carma, cama.

O sol se foi,
num intervalo de alguns poucos segundos
o espaço tornou-se minúsculo e sufocante,
no céu só restava as paredes de aço cinza.
Queriam anunciar algo.
Chuva, então.
Contando até três e voltando a realidade,
encharcada e vaga.

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