18 setembro, 2009

Descaminhos meus

Aos sete anos, deitada em uma cama
descobrindo o prazer, não sozinha.
Inconscientemente sabia o que fazer e o
que queria ser. Aos pontos fortes da noite,
voltando ao agora, não gozo mais fora de sua boca.
Ao dia que banha outras armas,
de preferências infindas e que trazem desejos momentâneos.
E se fosse pra escolher que me deixasse sozinha,
graduando as aflições num travesseiro bruscamente
revestido de tesão, fora dos meus padrões de qualidade.
E que seja um pecado sonhar com
anéis, braços, barriga, seios, pernas...
E que seja loucura a imensidão
de imagens que se propagam na caixa preta
do consciente que há em mim,
buscando fôlego da onde viera a calma.
Amarrei-me junto a mesa, não consigo controlar
o corpo, retorce, implora, clama.
Arranca de mim o suor que resfria o colo,
é como se esperasse imóvel no quarto, deitada
e aberta, junto ao amontoado de pano,
dedos em pânico.
Junto a porta, num soprar, afundar
minha mão sobre ti, fechar os olhos
e suspirar, por um minuto.

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