21 fevereiro, 2011

Respirando Barcelona

Não posso reclamar das asas que tenho, as que me mudam de continente, de rua, me põe dentro da mala junto das lembranças. Meu ninho é provisório, e essa minha vontade de absorver tudo e todos estava cada vez mais presente, e eu precisava. Era necessário alguns olhos para serem comidos, abraços para dar, trocar de ar e enfrentar um frio diferente (de dentro pra fora).
Ainda me sinto mais quente do que a cidade, e posso mudar o que toco, pude jogar fora aonde parei todos os vestígios de uma vida que não era minha. Eu sou, eu vou, estou. É perceptível a mudança, e continuo dizendo que a última semana pareceu um longo ano de inverno, e passou em um dia.
Gosto das janelas do meu corpo, do beijo no rosto com cheiro de vodca, das ruas que pareço conhecer, dos sons que os sentimentos tem, o poder de uma boa conversa e o desejo de outras. Aprecio a beleza dos que não sabem direito a diferença entre esquerda e direita, mas sempre tem um ponto de referência pra tornar o encontro possível.
Quero o que é meu, e o que ainda pode ser.