31 janeiro, 2011

Para um andróide sem par

Na hora da despedida eu disse pra ele algo como:
"Preciso me encontrar primeiro, depois te procuro."
As palavras fugiram, fizeram uma viagem da minha boca até os tímpanos dele, e nem sei se alguém mais ouviu ou entendeu o que realmente aquilo queria dizer. Era verdade, eu precisava ter pra poder dar. Ainda não conheci alguém que possa dar o que não tem ou ser quem não é; parece ser bem difícil sustentar o outro sem ter sua própria base, e isso eu nem tentei fazer.
Se não sou, não podemos ser. Acho que isso é fácil de entender, lendo, mas na prática as coisas são vazias, provavelmente sem respostas boas ou todas as outras explicações que achamos necessárias.
E que fique claro, memória é outro ponto.

Acabou

Afogue em mim o que te fez secar, afinal, nem sempre a sede acaba quando o copo está vazio. Eu preciso do que já acabou.

08 janeiro, 2011

Oito meses

Bastaram oito meses para eu cair numa rotina que parece ser sem volta. Bastou um contato para eu ter certeza de que mudei e me fiz mudar na intenção de pertencer a um novo tempo. Mas agora, quem sou eu? Senão fora a menina que um dia parecia feliz sem muita dificuldade, sabia por onde andava e se caísse, levantava. Mas se você me perguntar quem sou agora, gentilmente lhe responderei com o silêncio de quem nem aprendeu a falar. Não me reconheço, e dói.
Tenho ultrapassado antigos limites e machucado corações com o meu próprio, como numa batalha sem vencedor ou prêmio. Minhas idéias vivem correndo de mim.
E pergunto novamente, por que talvez você saiba responder:

Quem sou eu?



... Mas não seja breve.

Atrito

Tem uns dias que eu me atrevo a escrever sem borracha por que o peso da dúvida não vem. Qualquer outra coisa pode surgir: mulheres sem sutiã, estresse às 6hrs, duas cabeças que antes pareciam pensar juntas e agora se abrem apenas pelas diferenças de serem dois e não um. Esse é o peso da vida.
Quando há amor todas as coisas vem junto, e a ação de cada uma em nosso cérebro pode tornar isso só em amor ou num saco vazio de supermercado (pense em todo o percurso que ele pode ser destinado a fazer). Dizer é a pior parte, mas também pode ser a melhor se você souber usar as palavras corretamente. Elas terão impacto tanto pro bem quanto pro mal se gritadas no momento certo para atacar a pessoa errada.
(...)
Mas vamos aos encontros... Ou a vontade exagerada deles, que não chegam, parecem estar parados num tempo velho, um ano que passou rápido e juntou o que era dele nessa nova (surreal) experiência periódica. E o que antes era pensado junto hoje nem existe mais. É como se eu pudesse somar todas as imperfeições e de uma só vez mostrar e ver o lado real das coisas, sem falhas no sistema ou no olhar. A resposta para as minhas últimas perguntas foram surgindo sem muito esforço. MUDANÇA. É a chave para entrar e para sair...
Ou pra ficar.

06/01/11
06:14 a.m