23 agosto, 2010
Há tempos não acordo cedo, acho que desacostumei a levantar junto com o sol e me jogar naquela velha rotina. E logo agora que meu corpo está nesse ritmo terei de mudar tudo, assim mesmo, de um dia pro outro. A cada semana uma surpresa nova entra pela porta ou chega pelo correio, às vezes abro e outras nem preciso. Eu escolhi não tomar nenhum tipo de anestesia, é bem melhor para alguém como eu sentir todos os arranhões se firmarem e curarem ao longo dos dias. Dias longos, eu diria.
Passei a estranhar a origem de tantos pensamentos, escrevo bem mais no papel, tenho odiado ver as folhas brancas, pálidas tanto quanto eu e minhas mãos que se camuflam na parede. Tenho cartas pra mandar e receber, talvez me falte tempo um dia pra mandar todos os postais da onde irei, sozinha ou não.
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